quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A ESPERA INCORRETA

Sem querer provocar controvérsia ou celeuma, cremos piamente que chegou a hora de, nos arraiais daqueles que servem a Cristo, mudarmos alguma idéias e concepções errôneas que se difundiram e perpetuaram ao longo do tempo.

Nos meios cristãos existe a disseminação da esperença de irmos para o céu, em contradição aos ensinos do Senhor Jesus Cristo aos seus discípulos, bem como das cartas escritas pelos apóstolos, da esperança divulgada pela Igreja do Primeiro Século. Pode, à primera vista, parecer heresia a nossa afirmação, mas é necessário analisá-la à luz da Bíblia, antes de qualquer conclusão.

Há, na Bíblia, é claro, evidências de que existe um lugar de descanso para os que morrem em Cristo, como na parábola de Lázaro e o rico, e o fato de Yeshua ter dito a um dos ladrões com Ele crucificado que o novo convertido estaria com Ele no paraíso. Esse lugar de descanso é temporário, até que se cumpram os tempos, quando ocorrerá a ressureição dos santos e o arrebatamento da Igreja.

Tal idéia, ou vontade de ir para o céu não teve origem bíblica, mas na filosofia de Platão e seus discípulos, mais tarde absorvida pela Igreja, quando tirou os seus olhos de Jerusalém e colocou-os em Roma, capital do mundo na época. Platão afirmava que tudo o que havia no mundo era vil e desprezível, antagônico ao celestial, ou mundo dos deuses, segundo a crença greco-romana. Este mundo celestial, ou dos deuses, seria o perfeito, e o que deveria ser desejado por todo indivíduo. Esta sim, é uma idéia herética, pois o livro de Gênesis nos afirma no seu primeiro capítulo que Deus viu que tudo o que fizera era bom. Por essa razão, Lucifer, travestido de serpente, seduziu Adão e Eva ao pecado, a fim de contaminar a criação do Senhor. Essa foi a causa de o Pai dizer a Adão lá no Livro de Gênesis: "Adão, maldita é a terra por tua causa".

O Pai gostava tanto da sua criação que, desde aquele início triste e dramático, encontrou um meio de desfazer a contaminação luciferiana não só dos homens, mas também da terra. Não é à toa que o Apóstolo Paulo afirma em sua carta aos Romanos, capítulo 8.19-21, o fato de a natureza criada aguardar, com grande expectativa, a revelação dos filhos de Deus, quando será libertada da decadência. Também o livro de Apocalipse nos revela, no seu capítulo 21, a criação de novos céus e nova terra, com a descida da Nova Jerusalém para a terra recriada por Yeshua.

O próprio Yeshua nos ensina a orar em Mateus 6.10, clamando pela vinda do Seu Reino. Ora, o seu Reino virá para onde, senão para a terra, onde vivemos, e que será purificada pelo fogo e restaurada?

Por isso, não esperemos e imaginemos que o arrebatamento descrito em vários textos bíblicos se referem a uma remoção coletiva para o céu, mas para um "encontro com o Senhor nos ares", conforme I Tessalonicenses 4.13-17, que anuncia o mesmo evento de Apocalipse 20, o qual fala do Reino Milenar do Messias sobre a terra. Ou seja, tanto os mortos em Cristo, quanto os santos arrebatados terão um encontro com o Senhor para comporem o seu Reino, em princípio Milenar, mas que se estenderá por toda a eternidade com a destruição de Satanás e a reconstrução da terra e do céu.

Esses são os motivos por que devemos eliminar do nosso meio o desejo de irmos para o céu, e clamarmos, e gemermos, ardorosamente, pela vinda do próprio céu à terra, o que só ocorrerá com a gloriosa vinda do Senhor, e o estabelecimento do seu Reino Eterno após o mlênio.
Shalom!

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